terça-feira, 7 de abril de 2009

UNE e UBES apoiam fim do vestibular e cobram assistência estudantil


A luta pelo fim do vestibular, travada pelas entidades estudantis e outras vinculadas à educação, ganhou novo impulso. UNE e UBES se opõem ao vestibular por considerá-lo elitista, uma barreira sócio econômica e injusto, posto que numa única oportunidade coloca em xeque o futuro do estudante.

Os estudantes cobram uma avaliação única que avance na instituição de um sistema nacional. O MEC planeja que o ENEM seja a prova nacional, que valerá para todas as universidades federais que aderirem, e os estudantes poderão ingressar na universidade compatível com a classificação obtida.

Embora favorável ao fim do vestibular, Lúcia Syumpf, presidente da UNE, critica a forma como o ministério vem encaminhando as discussões. "O ministro não consultou as entidades e está construindo uma proposta ouvindo apenas os reitores", diz. "Concordamos com a prova única, pois isso ajuda na constituição de um sistema nacional de educação. Na nossa visão, o palco para a construção desse debate é a Conferência Nacional de Educação", completa.

"Acabar com o vestibular é uma luta dos estudantes, pois, além de ser socialmente excludente, colocar o futuro do estudante em uma única avaliação é injusto", considera Ismael Cardoso, presidente da UBES. A liderança secundarista salienta que, aos moldes como é realizado hoje, o vestibular condiciona todo o ensino médio, que acaba voltado a fazer o aluno passar no teste. "Terminar com o vestibular não é apenas acabar com a prova, mas mexer com a estrutura do ensino médio", avalia.

Mais dinheiro para assistência estudantil

Em reunião com o ministro Fernando Haddad, a UNE e a UBES cobraram a ampliação dos recursos destinados à assistência estudantil como pressuposto para a eficácia da medida. "Cobramos mais verbas para assistência estudantil, num contexto mais amplo, para jovens de baixa renda das universidades públicas e privadas, em reunião com o ministro. Com uma prova única, a necessidade aumenta ainda mais porque muitos estudantes deverão estudar fora de seus estados de origem, exigindo ampliação de moradias, restaurantes universitários, passe estudantis", segundo Lúcia.

"É uma medida que precisa, para dar certo, de investimentos em assitência, pois um aluno poderá entrar numa universidade de outro estado e isso exigirá recursos para mantê-lo", reforça Ismael.

De São Paulo,
Fernando Borgonovi
www.ujs.org.br

Um comentário:

Puff disse...

O Movimento Estudantil deve duas respostas fundamentais ao povo brasileiro. Quanto a sociedade ela deve responder sobre à questão da ampliação do ensino superior, seja ele público ou privado, e a Universidade os estudantes devem responder acerca da radicalização da democracia. Ambos questionamentos já encontraram sua resposta na ação política da UNE, desde o combate ao Nazismo e a resistência à Ditadura Militar. A contemporaneidade da educação brasileira não possui, em suas políticas públicas, respostas evidentes para ambas as questões, mas possuí, em seu protagonismo estratégico, a UNE que se revela capaz de estabelecer, seja no establishment ou no próprio, definições estratégicicas, cujo único beneficiário é o povo brasileiro. O mesmo povo que sempre pôde e poderá contar com a UJS e a UNE no que diz respeito à um novo horizonte para a juventude.

Thiago Custódio.